sábado, 19 de novembro de 2011

sábado de manhã (2)




Há agora em Lisboa

bandos de papagaios que invadem às vezes

o bairro num alarido de cores e sol

que só conhecíamos dos filmes

ou das histórias que nos contam

Acorro à janela espantado

e surpreendo quase um sorriso

no aceno novo

da palmeira do largo.


* * *


Este menino

Este menino ali

entregue aos seus castelos, barcos, lobos

que logo apaga e volta a erguer

como ilhas, casas, dragões

não sou eu já, que dele me perdi

mas reconheço ainda

o mesmo jeito

o mesmo olhar desprendido

sobre as coisas

a querer ver além do nome

da aparência

o coração que nelas possa bater.


sábado de manhã

hoje a luisinha veio cá ficar. mal acordaram, ela e o joão, puseram-se a construir o mundo deles. daqui de cima só ouço uma ou outra coisa solta. o joão canta, deliciado com a companheira. não quiseram sequer tirar o pijama: esperam pela hora do almoço. vamos depois à feira da ladra. e depois será a vez do joão ir dormir a casa dela, mais exactamente do nuno, com quem passa desta vez o fim de semana.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

de bicicleta


no passado domingo o joão andou pela primeira vez de bicicleta (sem ninguém a aguentá-lo por trás). é só para ficar registado. fomos para a beira-rio perto do teatro camões e do oceanário. o joão sabia para o que ia: decidido ao agora ou nunca. ainda andámos um bocado com a mão no selim a ampará-lo, a berrar pedala pedala. depois larguei-o. e ele seguiu a princípio sem dar por que o tinha largado. mas depois corri ao lado dele a animá-lo. estava orgulhosíssimo (ele e eu e a cereja, claro).