segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Saudades do Gui



Já tinha saudades de ver o Gui. Antes (quando o joão andava na pré, e o gui era da sala dele) via-o quase todos os dias, agora que até as entradas na escola são diferentes, já não acontece tantas evzes. Gosto de o ver, da alegria despassarada dele. Dá a impressão de girar em ligação directa com a vida, no que ela tem de mais imediato e espontâneo. Há nele muito da Filipa: uma pontinha de rebeldia, o mesmo à vontade em enveredar pelos caminhos menos usados, mesmo quando todos os outros os seguem, indiferente ao exaspero de quem acha que está ali para o domar ou reconduzir ao bom caminho. Mesmo literalmente é assim: sempre pronto a desviar-se do grupo, a ignorar as filas, a ir para onde a fantasia o chama no momento.
Quando penso no gui, o que mais me lembra é aquele dia no algarve, em que saiu estrada fora, sem que ninguém desse por isso (eu estava de máquina fotográfica na mão e registei o momento) de bordão na mão, como um peregrino, lá desandou ele a caminho de alguma romagem de que só ele saberia o motivo e o rumo. Nem olhou para trás. e tiveram de o ir buscar.





Hoje fomos todos ao cinema: um filme para esquecer. na minha opinião, claro. O joão gostou. como gosta de tudo o que mexa, de tudo o que devora, insaciavel de coisas novas, ainda sem grandes escolhas. quase sempre o que ele "gostou mais" é "de tudo", nos inquéritos que fazemos sobre isto ou aquilo. Era o "Zambézia" um desenho animado que parecia uma colagem de clichés dos filmes do género, ainda por cima com uns desenhos sem alma, pelo menos para quem viu os últimos da pixar, por exemplo. e eu não sou dos mais batidos neste ramo... Também podemos imaginar que um cliché só o é para quem já conhece o original, ou as anteriores glosas dos originais, o que não é o caso dos miúdos. Há sempre uma primeira vez: e a primeira vez pode ser um cliché de outras ignoradas. Até que um dia descobrimos que "já tudo foi dito pelos gregos", como dizia o outro.