terça-feira, 13 de setembro de 2011

aos soluços


parece que isto sai aos soluços. passo meses sem pensar nisto. dá para pensar que sentido terá. acho que no fundo há a ideia de o dar um dia ao joão, como lembrança de um tempo de que ele pouco recordará. mas é capaz de haver mais alguma coisa, não sei.
agora que desatei a escrever mais regularmente (contos, poesia) é possível que este registo me ocorra menos frequentemente. assim, lá tenho eu de recorrer aos apanhados dos últimos tempos.

há o Bichano, claro, que de certo modo apareceu para preencher o lugar deixado pelo chá-chá.
andei muito tempo a tentar catrapiscar um dos gatinhos brancos (talvez irmãos ou primos do chá-chá, pelo menos nasceram aqui perto) que vivem na casa abandonada perto das mónicas. mas eles mostravam-se ariscos e nada de se deixarem convencer pelos petiscos que lhes levava. acabei por desistir. um dia um vizinho (álvaro, pai do sandro, que vive perto da tal acsa e assisitu às minhas tentativas de engate) tocou à nossa porta: trazia um gatinho que tinha comprado na feira da ladra. E cá está ele. o nome foi escolhido por votação (viciada!): pusemos as várias hipóteses num papelinho dentro de um chapéu e tiramos um. O joão tinha posto miau-miau e bichano. eu pus bichano e bichano. a cereja tareco e bichano. o meu lóbi deu resultado, como se viu ;-)
há dias escrevi uma série de poemas (um velho camponês que fala da sua vida, a que lhe resta, e dos campos abandonados). Num delss fala do seu gatinho: é o bichano. era no bichano que eu estava a pensar:

um gato e eu cansado


nada pesa do meu cansaço
no incessante batalhar
deste gato buliçoso
que se inventa beligerâncias
saltos esquivos
arranques súbitos de garras em riste

os anos foram passando e com eles se apagam
os sinais que outros anos foram deixando
e que agora só a intocada felicidade
do gato
a expectativa paciente do cão
me fazem lembrar

(...)

porque é assim o gatinho: sempre alerta, sempre em guerra contra todo o tipo de inimigos imaginários: uma folha que se agita, um resto de papel que esvoaça. Eriça-se, põe-se de lado, em pose de ataque. e depois deita-se no meu peito, se me estendo no sofá, e põe-se a ronronar as aventuras que se calhar imaginou.

outras coisas:
fomo a braga, ao gerês e daí a santiago de compostela. dizem que quem lá não for em vida terá de o fazer depois de morrer. fica feito: sempre se poupa o trabalho e o susto.

vai sair em outubro o livrinho sobre monserrate, com o conto que escrevi, a alfaiata. escrevi-o a bem dizer para compensar o amadeu da "nega" da luisa (e através dela da hélia). há que as entender: são escritoras profissionais, vivem do que escrevem. e favores aos amigos
é como pedir ao merceeiro se nos pode ceder umas batatinhas e umas cenouras, mal acomparado. senti que de certo modo tinha criado falssas expectativas ao amadeu, que ficou assim pendurado, sem alternativa. e pus-me então a escrever um conto, com uma história que não sei de onde me veio. é que nem seuqer tinha ido alguma vez a monserrate. o que ali aparece vem do que li na internet sobre o parque e o palácio.
só há dias fui finalmente lá. com o eduardo, que tinha de tirar umas fotografias mais para serem usadas na capa do livro.
Se entretanto não houver nenhuma alteração, a capa ficará assim, com esta fotografia do eduardo:







e começou a escola.
este ano com o Gui tb na sala do joão.










Sem comentários:

Enviar um comentário