quarta-feira, 2 de março de 2011

a ocupação das atribos índias



mal se pode dar um passo sem tropeçar em tipis, peles de bisontes, arcos e flechas e toda a parafernália das atribos (sic!) índias que agora enxameiam por esta casa, a quem o joão (aliás, Flecha-Veloz) abriu a porta, levado sei lá por que fantasia. não sei se algum filme que viu na escola, algum livro que lhe leram... habituo-me à ideia de que grande parte das coisas que ele agora descobre, palavras que aprende, relações entre realidades diferentes, e até novos amigos, que de vez em quando irrompem literalmente pelo quotidiano dele dentro, quase avassaladores e exclusivos. Agora é a Matilde. pede-me para não o ir buscar muito cedo. porquê?, pergunto eu admirado com a novidade, ele que antes se mostrava sempre impaciente se eu me atrasava. porque quer brincar mais com a matilde. ontem contou à mãe que acha que ela é namorada dele. porquê? porque lhe disse que tinha dois namorados: um era o (não sei) e outro era o (e disse outro nome). mas a seguir desatou-se a rir e disse: enganei-te, enganei-te, és tu. vejam lá a sedutora de cinco aninhos! mas mesmo isso não interfere com a intensa vida do acampamento índio cá em casa, que exige a minha participação (sob o pseudónimo oportuno de "Nuvem-que-passa", que também não sei onde ele foi buscar. disse-me que inventou. e é capaz disso, a julgar pelas odisseias diárias que desfia desde a escola até casa com os últimos acontecimentos na ilha, agora também povoada de índios e bisontes a dar com um pau, mas sempre sob o olhar vigilante da "mãe d'ursinho".
até os desenhos, como estes "tipis".
grande parte do material destas histórias vêm também dos filmes, que vê. como não temos televisão, o joão vê muitos dvds, que lhe compramos ou lhe oferecem, próprios para a idade dele. vai fazendo uma espécie de aprendizagem da gramática dos filmes – a ideia de plano, de seuqência e até de flash-back. Têm de ser histórias lineares, sem grande enredo, sem muitos personagens, mas que ele vê (no computador da Cereja) vezes sem conta.às vezes de enfiada. Ouço-o a rir-se sozinho com as maluqices do urso do livro da selva, com as cenas delirantes do dumbo. gosta da mary poppins, da pantera cor de rosa, das aventurasd do d'artacão dos três mosCÃOteiros, a maior parte deles oferecdidos pela tia lurdes.
aos sábados à tarde vamos às vezes às sessões da Cinemateca júnior, no palácio foz.o sítio é lindo, e no fim do filme normalmente fica um pouco a fazer desenhos com umas animadoras da cinemateca que lá estão. já escrevi à directora da cinemateca a louvar tudo isto, com medo que ainda nos tirem uma coisa tão boa. O joão adora. ainda por cima normalmente vão outros amigos: as gémeas, o gui. houve uma vez que foi a atribo toda: rodrigo, gui, francisco, as gémeas, e respectivos adultos acmpanhantes. no sábado passado fomos ver o wall-E, um filme que não é muito fácil, mas ele gostou. não sei é o que ele viu. mas no fim desenhou o wall-e e a eva, as personagens do filme.



1 comentário:

  1. Zé, esses teus relatos sobre o João e a vida em torno dele são deliciosos.

    Beijo admirado.
    Ana Lúcia

    ResponderEliminar